TRAFFIC

PERFIL

O TRAFFIC foi formado em 1967. Winwood tinha concebido, planejado e formado o TRAFFIC, antes de sua saída do Spencer Davis Group. O TRAFFIC era o arquétipo da Inglaterra psicodélica de 1967 em roupas, atitude e música. Eles eram os proponentes do ‘procure a vida junto à uma cabana' que achou tantos seguidores. O seu potpourri de estilos musicais era inovador e ousado, criado na atmosfera comunal do chalé em Berkshire. O primeiro single 'Paper Sun' com uma cítara abrindo foi um sucesso imediato, que se seguiu com 'Hole In My Shoe' e o tema de filme 'Here We Go Round The Mulberry Bush', que incluía outras duas canções do grupo. Mason partiu ao término de um ano significativo, da mesma maneira que o primeiro álbum, MR FANTASY foi lançado. O álbum continha 'Dear Mr. Fantasy', que já indicava a inclinação do grupo para longas suítes, fundindo rock, blues e jazz. Dali em diante o TRAFFIC deixou de ser uma banda de singles, e construiu uma grande carreira, especialmente nos Estados Unidos. O segundo álbum do TRAFFIC, mostrou refinamento e progressão. Mason tinha voltado temporáriamente e duas das canções dele eram particularmente memoráveis, 'You Can All Join In' e 'Feelin Alright'' (depois gravada por Joe Cocker e Three Dog Night, entre outros). Em 'Who Knows What Tomorrow Might Bring?', Winwood canta, ‘que nós não estamos como todo o resto, você pode nos ver qualquer dia da semana, venha prá cá, sente-se, respire, durma, cara, você não precisa falar'. Este poema guiou o estilo de vida hippie no fim dos anos sessenta. Outra canção excelente, 'Forty Thousand Headmen' combinou um conto lírico de pura fantasia, com flauta ritmada e tempo de jazz.
O terceiro álbum deles LAST EXIT, era um trabalho fragmentado e durante sua gravação Mason partiu mais uma vez. O segundo lado consistia em duas músicas registradas ao vivo corajosamente com a banda como um trio. Winwood tenta unir o conjunto cantando e tocando um Hammond além de usar os pedais graves para compensar para a falta de um baixo. Neste momento a banda se desintegrou deixando Winwood partir para o Blind Faith. Os outros se associaram uma vez mais com Mason, para formar o efêmero Mason, Capaldi, Wood e Frog. Frog era a Mick Weaver (Wynder K. Frog). Neste ano, 1969, é lançada uma coletânea BEST OF TRAFFIC, acreditando-se que a banda tinha chegado ao fim.
Depois de uma breve passagem pelo Ginger Baker´s Airforce, Winwood partiu para um projeto solo, que se chamaria Mad Shadows. Ele requereu ajuda de Wood e Capaldi, e para delícia da imprensa e dos fans, isto se tornou TRAFFIC, mais uma vez. O álbum resultante foi o bem recebido JOHN BALLEYCORN MUST DIE. Este trabalho mostrava canções mais longas e com uma forte inspiração jazzística.
Em 1971, o TRAFFIC incorporou Rick Grech (Family, Blind Faith e Airforce) no baixo e Jim Gordon (Derek & The Dominos) na bateria, pra uma tournée pela Europa. Na Suécia conheceram Reebop Kwaku Baah, um percursionista africano, que logo passou a fazer parte da banda, numa formação que se mostrou a mais criativa e profícua de toda a existência do grupo. Foi com ela que foi gravado o ao vivo WELLCOME TO THE CANTEEN (com a participação 'especial' de Dave Mason) e o maravilhoso LOW SPARK OF THE HIGH HEELED BOYS, apresentando na canção-título uma viagem com mais de doze minutos pelo funky e blues. Talvez porque, com a chegada de Gordon e Reebop, Capaldi foi alçado à condição de homem de frente, papel que soube assumir muito bem.
Em 1973, Grech e Gordon foram substituídos por David Hood e Roger Hawkins, que eram músicos de estúdio. Com essa formação foram produzidos o álbum de estúdio SHOOT OUT AT THE FANTASY FACTORY, o ao vivo ON THE ROAD (que tinha Barry Beckett nos teclados, liberando Winwood para a guitarra) e o vídeo TRAFFIC LIVE IN SANTA MONICA. Em 1974, sem Hood, Hawkins e Reebop, com Rosko Gee no baixo e Capaldi voltando à bateria, O TRAFFIC, agora um quarteto, dá uma guinada em sua proposta com WHEN THE EAGLE FLIES, que tem arranjos mais simples e intimistas e um resultado final coeso, apesar de não abandonar a veia experimental e 'Dream Gerrard' é o melhor exemplo do que deva ser música progressiva. Logo em seguida, o grupo se desfaz e seus componentes dão outro rumo para carreiras.
Rosko Gee vai se juntar ao Can, onde já estava Reebop. Chris Wood morre em 1983, quando estava produzindo seu primeiro trabalho solo Volcano. Reebop havia morrido no final de 1982, quando estava terminando a produção de um disco com Jonas Hellborg, intitulado Melodies in a Jungle Man's head. Winwood e Capaldi obtém sucesso em suas carreiras solo (mostradas em outras páginas deste site). Em 1991 é lançada a coletânea SMILING PHASES, que inclui os singles 'Paper Sun', 'Hole in My Shoes' (que só haviam saído em BEST OF TRAFFIC) e as inéditas 'Here We Go Round the Mulberry Bush' e 'Smiling Phases'.
Em 1994, Winwood tenta reunir o TRAFFIC novamente, mas Mason prefere continuar no Fleetwood Mac, e apenas Capaldi e Rosko Gee participam do FAR FROM HOME, que embora tenha belas canções, como 'Here Comes the Man', 'Some Kinda Woman' e 'State of Grace' (onde quase conseguiram), parece muito mais a soma dos trabalhos individuais dos tres. Uma tournée americana (com o Grateful Dead) e européia, pelo menos, matou a saudade dos seus fans.
Em fins de 1998 e 1999 Capaldi e Mason estiveram em viagem pelos Estados Unidos apresentando um trabalho conjunto, que culminou com o lançamento de um disco, 40.000 HEADMEN - Live in tour, que serviu para compensar a falta de condições de se ter a música do TRAFFIC como um todo.
Em 2000, saiu mais uma coletânea do grupo FEELING ALLRIGHT, com uma síntese de toda a obra do TRAFFIC.
Jim Capaldi morreu de câncer em 25 de janeiro de 2005.