É muito comum, no Brasil, a
utilização de plantas e ervas no tratamento de diversas doenças, principalmente no
interior. Por indicação de vizinhos e "comadres", ingere-se uma enorme
variedade de chás, xaropes e garrafadas, a transmissão desse conhecimento empírico,
através das gerações, com raiz, provavelmente, na tradição dos índios e dos
escravos, merece apenas uma tímida curiosidade da ciência, fazendo com que pouco se
saiba da verdadeira ação destes preparados. Com a Hipercolesterolemia, não é diferente, tornando necessário a discriminação das substâncias que, verdadeiramente, tem uma ação efetiva como coadjuvante no tratamento. Isso quer dizer que, o tratamento com ervas não substitue a necessidade de acompanhamento por um profissional de saúde, mas exige que esse profissional não o subestime e tenha conhecimento de sua ação. Vamos listar as plantas mais utilizadas no tratamento da Hipercolesterolemia, conseguidas através de pesquisa em Universidades da Europa e dos Estados Unidos, que dão muito mais valor que nossos cientistas, para o assunto, acrescentando a seguinte informação para cada uma das plantas:
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ALHO (Allium sativum) Planta herbácea, bulbosa, com folhas
subuladas, fistulosas; inflorescência em umbela longo-pedunculada de flores
esbranquiçdas. Originário da Ásia Central, de onde emigrou para o mundo inteiro, foi
trazido para o Brasil pelos portugueses, na época do descobrimento, é usado como
tempero, em praticamente todos os lares. O alho é rico em iodo, flúor, cálcio,
fósforo, ferro e as vitaminas A, B, e C. A parte utilizada, como terapia, são os
bulbilhos (dentes), que possuem um destacado efeito hipotensor, graças à vasodilatação
das artérias dos membros, dos olhos e do cérebro. Além disso, possuem também, efeito
diurético, antiagregante plaquetário e redutor do colesterol. Pode ser utilizado cru,
frito, refogado ou em pasta. Para se evitar o forte hálito, que o alho causa, deve-se
tomar uma xícara de café de suco de limão.
ERVA DE JABOTI (Peperomia pellucida) Planta herbácea, carnosa; folhas em forma de coração; se apresenta em espigas de minúsculas flores amareladas. É comum na Amazônia. Possui maticina e taninos, em sua composição, o que lhe faz um forte diurético e hipotensor. Toda a planta pode ser utilizada. ALCACHOFRA (Cynara scolymus) A planta pode chegar a 2 metros de altura, a haste sem flor parte da roseta formada pelas folhas. As flores são roxas e compõe um capítulo em forma de cesta. É usada como alimento e medicamento desde o antigo Egito, Grécia e o Império Romano. Suas folhas e flores possuem cinarina, leteolina e ácidos cafeoleoquininicos, que são os responsáveis pelo seu efeito anti-hipertensivo, diurético e redutor do colesterol e dos triglicérides. Também é ligeiramente hipoglicemica e aumenta a produção e ação da bile. A grande quantidade de cálcio e ferro, repõe possíveis deficiências desses sais minerais no organismo. Usa-se a flor da alcachofra em saladas e conservas. Não deve ser utilizada durante a gravidez e a lactação.
CIPÓ PUCÁ (Cissus sicyoides L.) também conhecido por cipó puci. É um arbusto escandente, com gavinhas opostas as folhas e raízes pêndulas; folhas ovado-cordiformes; flores pálidas, em cimeiras corimbiformes. É comum na Amazônia. Contém sais de magnésio, manganês, silício, cálcio, fósforo e potássio. O chá dé suas folhas é hipotensor. PEGA-PINTO (Boerhavia paniculata Rich.) também conhecida como solidônia. É uma planta herbácea, de raiz tuberosa; folhas opostas oblongas e sinuosas; flores apétalas, purpúreas. É comum no Brasil. A sua composição contém ácido boerhavico, boerhavina, punarnavina, oxalato de cálcio, nitrato de potássio, carboidratos e substancias pecticas. O chá da raiz é diurético, expectorante, hipotensor.
CHANANA (Turnera ulmifolia L.) Também conhecida como Damianaou Albina. Planta subarbustiva, ramificada; folhas alternas, corrugadas, com 2 glândulas na base do limbo; flores axilares, amareladas. Comum na Amazônia. Tem como princípios ativos a damianina, cafeína e ácido tânico. Ulitiza-se o chá das folhas ou raiz, que é adstringente, expectorante, antidiabético, reduz a albuminúria e as gorduras do sangue. LIMÃO (Citrus limonum) O limão é largamente utilizado na medicina popular graças ao seu alto teor de vitamina C, mas ele também possue quantidades significativas de ácido cítrico, cálcio, fósforo, ferro, potássio e sódio. A sua associação com álcalis o faz destruidor da acidez estomacal, ao contrário do que se imagina. O limão é eficaz no combate à hipertensão arterial, arteriosclerose, gastrite, anemia e stress. A dose recomendada é de 250ml de suco de limão puro, diariamente. CHAPÉU DE COURO (Echinodorus macrophyllus, folium). Ações: Diurético, reduz o ácido úrico e o colesterol, é anti-inflamatório e laxativo. Indicações: Para edema, cálculo urinário, cistite, infecção urinária, gota, colesterol alto, fígado gorduroso, reumatismo e inflamações na pele. OLIVEIRA (Olea europaea) Considerada antigamente como a "árvore da paz". Parece ser oriunda da Palestina. A oliveira é uma árvore sempre verde, com tronco e galhos retorcidos, pode chegar a 10 metros de altura. As folhas são acinzentadas na superfície superior e branco-prateadas na inferior, os frutos (azeitonas) são carnosos e ovais. Os constituintes mais importantes são: pigmentos flavônicos, flavonas (luteolina) e a olivina, colina, derivados triterpênicos abundantes (sobretudo o ácido oleanólico). Também possue alcalóides da quinquina (cinchonina, cinchonidina, etc.) e minerais (cálcio, fósforo, magnésio, silício, enxofre, potássio, sódio, ferro, cloro), taninos, manitol, ácidos orgânicos (málico, tartárico, glicólico, láctico, etc.). Entre seus componentes se destaca um glucosídio iridóide (oleuropeósido) que atua sobre a musculatura lisa dos vasos produzindo vasodilatação coronária e periférica, e também efeito antiarrítmico e antiespasmódico. Por tudo isso tem uma reconhecida ação hipotensora além de ser hipoglicemiante, antisséptico e antibiótico (aleuropeósido), antipirético, simpaticolítico e diurético. Os efeitos terapêuticos são obtidos com o uso de suas folhas, fervendo-se 40g delas em 1 litro de água durante 5 minutos. Deve-se beber 1 ou 2 cálices por dia. Indicado nos casos de hipertensão arterial, arteriosclerose, insuficiência coronariana, diabetes e elevação do ácido úrico. SETE SANGRIAS (Cuphea balsamona) também conhecida como guanxuma vermelha, erva de sangue. É uma herbácea, com flores axilares de coloração rósea, vermelha ou roxa. Caules e ramos pubescentes. Vegeta espontaneamente nas margens dos cursos d'água e terrenos brejosos.Reproduz-se por sementes, em locais úmidos e sombreados. A espécie brasileira das sete sangrias é rasteira, com folhas pequenas em forma de lança; flores miúdas, brancas ou amarelas. Toda a planta pode ser utilizada, para se atingir seu efeito hipotensor. O princípio ativo é um óleo essencial e a forma recomendada é a infusão com 2 colheres de sopa da erva para 1 litro de água. É eficiente também no combate à arteriosclerose.
CARAPANAUBA (Aspidosperma nitidum Benth) Árvore alta de caule multi-sulcado verticalmente; folhas elípticas; flores esbranquiçado-aveludadas, dispostas em corimbo. É comum na Amazônia. Os princípios ativos são aspidospermina, quebrachina, aquanidina, aricina e iombina. Utiliza-se o chá da casca da árvore, que serve para bronquites, perturbações do fígado e é redutor de gorduras. Em maceração de água fria é usado para diabetes. DENTE-DE-LEÃO (Taraxacum officinale) também conhecida como taraxaco. O dente-de-leão é uma planta herbácea, sem caule aparente, de porte relativamente pequeno, atingindo cerca de 40 cm de altura após a emissão do pendão floral. As folhas rosetadas são profundamente recortadas, mais especificamente denteadas, resultando daí o nome pelo qual é conhecida. O dente-de-leão é planta espontânea, germinando facilmente onde caem as sementes levadas pelo vento. Por isso, e por não ser muito exigente quanto ao tipo de solo, é muito comum em terrenos abandonados. Faz-se uso tanto das folhas como das raízes, como diurético. Podendo ser empregada na forma de decocção de 2 colheres-de-sopa de raízes e folhas picadas, em 1 litro de água, que se deixa ferver por cerca de 3 minutos, após o que se tampa até esfriar. Após coar, toma-se ao longo do dia, várias vezes, até consumir todo o conteúdo no mesmo dia.
CAVALINHA (Equisetum arvense) também conhecida como rabo de cavalo. São plantas desprovidas de folhas e flores, constituídas basicamente de um rizoma alongado que emite talos aéreos de cor verde acinzentada, os quais são subdivididos por vários nós em todo o seu comprimento, e que vão reduzindo seu diâmetro da base para o ápice. Ocorre geralmente ao longo de riachos e nas margens de lagos. Do ponto de vista farmacológico, o que mais chama a atenção na cavalinha são os teores de minerais que apresenta, em especial do silício, na forma de ácido silícico, que lhe conferem as principais propriedades que lhe são reconhecidas: diurética, adstringente e regeneradora de tecidos. A capacidade de provocar diurese sem danificar a função renal fez da cavalinha uma das melhores plantas para esse fim, principalmente se considerarmos que ao mesmo tempo conduz à eliminação dos excessos de sódio e ácido úrico. Quando se pretende uma ação diurética, seja nos tratamentos depurativos ou nos edemas generalizados, pode-se fazer uso de cerca de 5 colheres-de-sopa de cavalinha para 1 litro de água, fervendo por cerca de 5 minutos. Após esfriar, coa-se e toma-se aos poucos, ao longo do dia, até consumir todo o volume. Repete-se no dia seguinte, se necessário. SACACÁ (Croton cajucara Benth.) Também conhecida como Casca sacacá e Muirasacacá. Planta arbustiva de casca pulverulenta; folhas alternas, lanceoladas, olentes; flores unissexuais, amareladas, em racemos terminais. É comum na Amazônia. Os principios ativos são linalol, pineno, sabineno, estragol, linearisina, magnoflorina. Utiliza-se as folhas e casca da árvore. O chá das folhas ou da casca da árvore serve para distúrbios hepáticos e dos rins e baixa o colesterol |